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A mostrar mensagens de dezembro, 2015

A vela no centro

Noutros tempos, mataria um por um Uma vela a apagar-se de cada vez Mas agora inalo em vez de soprar Porque o fogo aquece o cheiro E tenho os sentidos engelhados de frio Noutros tempos, mataria um por um Mas agora agrada-me ver a vela arder A do centro A maior Veja-se como se extingue pouco a pouco Sem que seja necessário soprar Ou desengelhar o corpo à força de ais Só os imbecis não gostam do cheiro da cera esmagada pelo fogo 

Uma estrela negra

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O nascimento de uma personagem

Esta noite matarei um homem. Maltrata a mulher e a filha, é traficante de rua. Um pulha menor, mas, ainda assim, um pulha. E isso basta-nos. Um desgraçado, muitos dirão, mas nós vemos as coisas pelos olhos da matemática: comparamos desgraças pelo tamanho, analisamos a extensão de quem a inflige e de quem dela é alvo. O fundamento da nossa moral é esse: a medição do infortúnio.