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A mostrar mensagens de fevereiro, 2015

A vida do faz-de-conta

Uma vida pela rama, sem trama nem drama, sossego na cama. Eis a vida de quem não ama.

Fuga

Andaste tão ocupado a fugir da coragem que agora não sabes o caminho de volta. 

As portas da infância

«No one can explain exactly what happens within us when the doors behind which our childhood terrors lurk are flung open.» W. G. Sebald, Austerlitz (edição inglesa) Tradução: Anthea Bell Edição: Penguin Books 

One thing that is clear / it's all downhill from here

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A máquina de erro

O homem é governado por esse hábito ancestral de nunca dar um passo sem ter a certeza de que o movimento do pé culminará em solo firme. Até mesmo quando nele fervilha o impulso de ser feliz antes da altura certa. O cérebro humano é uma máquina que tenta antecipar-se ao tempo e, por isso mesmo, é, antes e acima de qualquer outra coisa, uma máquina de erro.  

Do veneno do medo

«[...] 9457, crises, são apenas crises, 9500, o pai não consegue confiar no filho, nas palavras do filho, o pai só confia no que é capaz de criar a cada momento, mesmo que seja este medo de coisa inexplicável, 9660, na palidez da face do pai formam-se pequenas gotas de suor que o filho limpa enquanto garante que já falta pouco, 9780, o pai sente o coração acalmar na carne onde embate, o sangue abranda numa espécie de tranquilidade espessa, 9894, 9900, as crises vêm e vão, voltam cada vez mais depressa, 9958, vêm e vão, vêm e vão, demoram-se cada vez mais, 10 014, um dia será inútil contar, 10 049, o tempo desenrolar-se-á sem fim e não será possível escapar, 10 118, um dia, 10 134.» Dulce Maria Cardoso, do conto «Pânico», incluido no volume Tudo São Histórias de Amor Edição: Tinta da China 

Do movimento

Observar as coisas por trás para dar o passo em frente.