Quem veste a pele de mártir e a ela se habitua acomoda-se àquele erro tão comum quanto fatal de se definir pelo outro. E se, por revelação mundana ou epifania, perceber o erro, o mundo explodirá nas suas cores reais, as mesmas para as quais nunca treinou a visão. E que provocarão a cegueira, e depois o aturdimento, e depois (mais importante) as questões essenciais. Às quais chegará tarde. O mártir não sabe quem é. Nunca saberá. Começa e acaba onde o outro existe.