«Descansa», insistia, mas ele vivia demasiado cansado para o descanso. Cansado do passado — e do futuro também. «Às vezes penso que se descansar, tudo acabará.» «E não estarás já acabado?» «O que acaba não volta.» «Suponho que tenhas razão, desculpa.» «Não há volta.» «Não, na verdade não há volta, admito.» «A não ser ao começo?» «Sim, ao começo, concedo.» «Descansarei, então, apesar de muito cansado.» «Se conseguires, avisa-me.» «Se conseguir, não te avisarei. Se não conseguir, tão-pouco.» «Está bem.» «Em qualquer dos casos, não me acordes.»