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A mostrar mensagens de novembro, 2014

Coisas de sublinhar

«A happy man has no past, while an unhappy man has nothing else.» Richard Flanagan, The Narrow Road to the Deep North

A sabedoria e a genealogia

Por mais sábio que sejas, serás sempre ignorante aos olhos dos teus pais.

A leitura e a indisciplina

Sou um leitor indisciplinado, desarrumado, caótico até. Daqueles a que os autores carregariam o cenho. (Pelo menos eu sentir-me-ia tentado a fazê-lo perante um leitor meu.)  Leio dezenas de livros em simultâneo, perco-lhes o fio, retomo-o, deixo-o em suspenso para me aventurar noutro e mais tarde regressar. Abro os livros a meio, deparo com uma frase feliz e dou por bem gastos os euros que me custaram. E aquele instante basta-me. No entanto, não é um instante que convide ao abandono, pelo contrário: permanece em movimento no espaço da cabeça, como um pensamento inacabado, à espera que a ele regresse. Mas é nesse caos, nessa imensa paisagem de personagens e estilos e tramas que me sinto em casa, um espião de coisas incompletas e transitórias. Afinal, não é isso a vida?  Como na rua, quando um rosto me prende, e logo a seguir um som se intromete, para instantes depois ser detido pelo diálogo amargurado de um casal. A vida em corrente ininterrupta. Até descobrir aquele livro...

Aquelas coisas tão certeiras

«[...] e que os filhos não morram mais cedo do que a morte bem velha, e que, acima de tudo, não sejam felizes antes do tempo, esse erro tão vulgar.» Gonçalo M. Tavares, Os Velhos Também Querem Viver Edição: Caminho

Suspenso

Mil planos por sonhar. E a porta a fechar-se. Devagar.

O mundo sem pausas

Acordado em sono contínuo, a dormir em permanente vigília.  Entretanto, a biblioteca a crescer em altura, a fé de sucumbir ao seu peso, sem mais âncoras que não o aconchego dos mundos por viver a compasso da caligrafia que se desvenda a cada página.