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A mostrar mensagens de abril, 2012

Finalmente chegou

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Depois de atravessar o oceano, ei-lo nas minhas mãos.

I'm going to strawberry fields

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Não pertença

Acomodei-me à geografia e com isso perdi o norte.

Uma pulsão exemplar

«Sou barbeiro. É uma coisa que pode acontecer a qualquer pessoa. Até me atrevo a dizer que sou um bom barbeiro. Cada um tem as suas manias. Eu cá não gosto de borbulhas.  Aconteceu assim: comecei a barbeá-lo calmamente, ensaboei-o com habilidade, afiei a navalha no assentador e suavizei-a na palma da mão. Sou um bom barbeiro! Nunca cortei ninguém e ainda por cima aquele tipo não tinha uma barba muito espessa. Mas tinha borbulhas. Devo reconhecer que nas suas borbulhas não havia nada de especial. No entanto, incomodavam-me, enervavam-me, faziam-me subir o sangue à cabeça. A primeira, contornei-a bem, sem grande dificuldade, mas a segunda começou a sangrar. Então, não sei o que me deu, mas acho que foi uma coisa natural, aprofundei a ferida e depois, sem poder deixar de o fazer, com um só golpe, cortei-lhe a cabeça.» Max Aub, Crimes Exemplares Edição: Antígona Tradução: Jorge Lima Alves

La la la ressonance

Estão de volta, para regalo dos meus sentidos. http://vimeo.com/39199780 .

Uma pequena maravilha

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Bruce Holland Rogers, Pequenos Mistérios Edição: Livros de Areia Tradução: Luís Rodrigues 

Ternura

- Avô, tenho uma coisa a dizer-te. - Diz, meu querido neto. - Não vais ficar triste? - Oh, claro que não, meu querido neto. Aconchegado no abraço quente do avô, levantou a cabeça e, olhando-o nos olhos, disse: - Odeio-te. Havia no rosto da criança um sorriso doce, inocente, verdadeiro.  Doce, inocente e verdadeiro pareceu também o gesto do avô, que, encostando a cabecinha do neto ao peito, o abraçou com mais força. Talvez com força um pouco excessiva, porque da criança não se voltou a escutar um único som.

O boxe

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«O boxe reclama que é superior à vida porque é, idealmente, superior a qualquer acidente. Não contém nada que não seja inteiramente intencional. O pugilista enfrenta um adversário que é a imagem distorcida dele próprio, no sentido em que as suas fraquezas, as suas possibilidades de falhar e ficar gravemente ferido, os seus erros intelectuais - tudo pode ser interpretado como forças pertencentes ao Outro; os parâmetros do seu ser privado são apenas asserções ilimitadas do ser do Outro. Isto é um sonho, ou um pesadelo: as minhas forças não me pertencem totalmente, são também as fraquezas do meu adversário; o fracasso não é inteiramente meu, é também a vitória do meu adversário. Ele é a sombra do meu ser, não (simplesmente) a minha sombra.» Joyce Carol Oates, O Boxe Edição: Edições 70   Tradução: Ana MacDonald de Carvalho

D. H. Lawrence, segundo Gonçalo M. Tavares

D. H. Lawrence «Era uma mulher que fornicava primeiro entre o feno, depois entre as ervas, afastando pequenos ramos para que o pénis do homem não se magoasse, e mais tarde, a mesma mulher, mais snobe, fornicava no meio de um poema, afastando os versos, para que o pénis do homem não se tornasse demasiadamente delicado. Mas também havia outras coisas.» Gonçalo M. Tavares, Biblioteca Edição: Campo das Letras