Os verdes anos de Ingmar Bergman

«Estou convencido de que, dos três filhos, fui eu quem sofreu menos porque me tornei um perito da mentira. Criei em mim uma outra pessoa que, exteriormente, nada tinha a ver com o meu verdadeiro eu. E como não fui capaz de manter separados o que eu era, propriamente, e a criação que fizera de mim, esta ferida teve consequências mesmo até na idade adulta e na minha criatividade. Quantas vezes não tive de me consolar com a máxima: "Quem viveu de uma mentira é porque, no fundo, ama a verdade".»

Ingmar Bergman, Lanterna Mágica
Edição: Relógio d'Água
Tradução e notas: Alexandre Pastor