Um rapaz aproximou-se dele.   —     Está tudo bem, senhor?   O homem fitou-o, calado.   — Está muito calor — continuou. — Talvez devesse tirar a gabardina, ou ir para debaixo de uma árvore. Esse banco deve queimar. — Fez uma pausa para retirar um isqueiro do bolso. — Permita que lhe acenda o cachimbo.     —     Leve-me a outro café, por favor.   —     Como?   —     A outro café.   —     Mas está num jardim, senhor.   Riu. Um riso agridoce.   — Vejo mal ao longe (excepto as mãos, nisso sou um especialista), e por isso preciso da sua ajuda.   —     Da minha ajuda?    —     Sim. Preciso que me ajude a reconhecer a minha mulher.   O rapaz sentiu um abalo, e depois medo.   — Desde que apareceu no jornal, nunca mais a vi. Queria dizer-lhe que estava muito bonita na fotografia. E que o textinho de homenagem por baixo era muito boni...