A ficção é vida inteira. Mas tal ilusão só existe na medida em que ela se substitui (ou se antagoniza) àquela que, de tão povoada de seres feios, não tem morada para a serena sabedoria.
«The mark of the immature man is that he wants to die nobly for a cause, while the mark of the mature man is that he wants to live humbly for one.» J.D. Salinger, The Catcher in the Rye
- Avô, tenho uma coisa a dizer-te. - Diz, meu querido neto. - Não vais ficar triste? - Oh, claro que não, meu querido neto. Aconchegado no abraço quente do avô, levantou a cabeça e, olhando-o nos olhos, disse: - Odeio-te. Havia no rosto da criança um sorriso doce, inocente, verdadeiro. Doce, inocente e verdadeiro pareceu também o gesto do avô, que, encostando a cabecinha do neto ao peito, o abraçou com mais força. Talvez com força um pouco excessiva, porque da criança não se voltou a escutar um único som.