De olhos postos no tempo errado

«[...] Observa os indivíduos, considera a sociedade: todos vivem em função do amanhã! Não sabes que mal há nisto? O maior possível. Essa gente não vive, espera viver, e vai adiando tudo. Ainda que lhe déssemos toda a atenção, a vida ultrapassar-nos-ia; se andarmos assim à deriva, ela passa por nós como uma estranha; termina com o nosso último dia, mas vai-se quotidianamente perdendo.»

Lúcio Aneu Séneca, Cartas a Lucílio
Edição: Fundação Calouste Gulbenkian
Tradução, prefácio e notas: J. A. Segurado e Campos