O universo é um ponto

Juan José Millás diz que o mundo é a rua da nossa infância. Muito antes, Tolstói dissera basicamente o mesmo, ao afirmar algo como: «se queres ser universal nunca deverás sair da aldeia onde nasceste.»

A minha rua era bizarra: havia crianças que queimavam ratazanas em fogueiras, a precocidade da sexualidade escandalizaria os mais liberais, as pedras contavam-se entre os brinquedos favoritos, morriam pessoas de mortes cruéis — da overdose ao suicídio. 

Assim sendo, que mundo é o meu?

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