Cuidado, atenção, é proibido fazer lume, risco de explosão
Convém sempre desconfiar de um povo muito calado, ainda que dado a crista baixa e obediência cega (ou melhor, que não quer ver). No entanto, quer-me parecer que será sol de pouca dura, a julgar pela impaciência que adivinho em todos com quem me cruzo. Há em cada um deles lava que fervilha (basta olhar-lhes para os lábios), e é inevitável que um dia essas lavas privadas desemboquem no mesmo caudal. O que acontecerá então? Só espero que não venhamos a encontrar uma resposta concreta para um certo título de um certo livro do António Lobo Antunes.
Para já, digo apenas «Cuidado, atenção, é proibido fazer lume, risco de explosão».