O pupilo Törless

    «Törless ficara calmo durante toda a cena. Lá no fundo, tinha alguma esperança de que talvez acontecesse qualquer coisa que o levasse de volta ao círculo perdido das suas sensações. Era uma esperança insensata, disso tinha consciência, mas tinha conseguido prendê-lo. Agora, porém, parecia-lhe que tudo acabara. A cena enojava-o. Sem qualquer pensamento por trás, uma repulsa muda, inerte.
    Levantou-se sem ruído e saiu sem dizer uma palavra. Mecanicamente.
    Beineberg continuava a bater em Basin. Bateria até se cansar.»


    Robert Musil, As Perturbações do Pupilo Törless
    Edição: D. Quixote
    Tradução: João Barrento